Sonhar me encanta
Quando deixo de sonhar, a nitidez e a crueza da vida me assustam.
Sua vivacidade é sagaz e horrenda.
Seu ímpeto é limitante como cantos circunscritos de um hermético quadrado.
Sua caminhada é uma previsível e tortuosa catástrofe.
Suas intenções são egocêntricas e abusivas.
Suas atitudes são superficiais e mendicantes.
Suas voltas são tortas e revoltas.
Seus destinos são desencaminhados e insensatos.
Por isso, quando deixo de sonhar, me assusta essa vida que não vive, mas finge viver numa ilusão delirante que se autoalimenta descontrutivamente com finíssimos toques de desespero, capciosas buscas por fugas e lancinantes marcas de dor.
Então, prefiro viver entorpecido pela loucura de meus sonhos e pelos devaneios de minhas utópicas ações do que desperto na falsidade de um aparente e lastimoso viver.
PS: Para citar este Reflexivo Poema:
Cargnin dos Santos, Tadany. Sonhar me encanta..