Mulher Indiana

Por um disparate da história e uma errônea interpretação das escrituras sagradas, na Índia surgiram os intocáveis, seres otorgados pela sociedade a serem menos que gente, pungente por existência.
Desconsolados por desalmadas maledicências.
Desafortunados outorgados à uma miserável existência.

Aparentemente, protegidos por lei, mas ignominiosamente repelidos pela comunidade.
Respingos cruéis de desumanidade.

Ademais, noutra distorção abusiva e machista, existe outra classe intocável na sociedade hindu, é a mulher.
Ela não toca.
Nem pode ser tocada.

Só muda seus status de intocabilidade quando se casar.
E, se por alguma razão não casa, não toca.
Então, se entoca.
Se entoca na toca que ninguém toca.

Mas, neste glorioso e fascinante planeta.
No que tange à mulher, tal ultraje de gênero não se limita ao oriente.
Pois esta é uma pandemia que por séculos perdura.
E que infelizmente não madura.

Impiedosos venenos causadores de amarguras.
Segregação nojenta de gênero, perversa ditadura.
Destruidor de almas, emocional loucura.
Abusadores de corpos, físicas torturas.

Disparates de uma história.
Nefastamente divisória.
Essencialmente inglória.
Da vida e seus augustos valores, sem memória.

PS: Para citar este reflexivo poema:
Cargnin dos Santos, Tadany. Mulher Indiana.