Diva — Inexata — n° 2
Os olhos não mais brilham por ti
O coração não mais dispara por tua presença
Os sonhos não mais te encontram por aí
Os desejos não mais carregam esperança
Porque quando resolveste buscar segurança noutro porto
Levaste contigo a mala de nossas aspirações
Deixando um abandonado coração quase morto
Vagando numa tenebrosa tempestade de aflições
Felizmente tua partida deixou-me livre como uma ave
Que agora voa suavemente pela aurora
E às vezes aterrissa noutro bondoso enclave
Sem hora para chegar, nem momento para ir embora
E neste vôo livre entendi que tu querias o que não posso doar
Que é a irrefutável certeza de uma eterna relação
Porque compreendi que todo o início tende a acabar
E toda a estabilidade desaba sob a presença de uma singela interrogação
Então, grato fiquei por teu inesperado abandono
Pois o que parecia ter sido uma dolorosa separação
Apenas demonstrou ter sido um ato deveras oportuno
Que proveu a ambos a magia de escolher sua própria direção.
PS: Para citar este Poema:
Cargnin dos Santos, Tadany. Diva — Inexata n°2.