Cada dia que passava Era um dia que perdia Os vícios e os medos Transformavam os momentos em agonia
E não pensava em outra coisa Senão nas intensas dores adquiridas Nas angustiantes noites sem sono E nas desesperanças de abertas feridas
E os prejuízos transformavam Os sonhos em pesadelos E as incertezas se acumulavam Desolando a mente e arrepiando os cabelos
E o amor partiu noutra carruagem Deixando um abismo sentimental Enquanto que o corpo foi estremecendo Prevendo um cataclisma existencial
Mesmo assim, não deixei de pensar Que era outra coisa o viver Pois não há sofrimento que sempre perdure Nem noite, sem um amanhecer
Mas aqueles foram dias terríveis, para esquecer De tormentos sem piedades, sútil enlouquecer De dúvidas sem esperanças, insuportável perecer De dias que oxalá não voltem mais, um novo amanhecer.
PS: Para citar este Poético Perecer: Cargnin dos Santos, Tadany. Dias Desnorteados.