Buscando a Divina Manifestação

Nas profundezas infaustas da vazia solidão.
Nos doloridos córregos das insondáveis dúvidas.
Nos lamacentos pântanos da incessante insegurança.
No pútrido esgoto dos desmoralizados desejos.
Tive, oh Deus! Que navegar para entender.
Que naqueles sórdidos ambientes, talvez, não O encontraria.

Depois viajei pelas luzes do augusto conhecimento.
Caminhei pelos afáveis vales das brilhantes respostas.
Naveguei no sublime oceano da serena existência.
E cavalguei nos cavalos alados dos nobres desejos.
E pensei, oh Deusa! Que O havia, finalmente, encontrado.
Mas, novamente, minha percepção, foi restrita para compreender-te.

Oh Deus! Que desditosa brisa de indecisão se assolou sobre esta essência.
Quão intensos os raios de sol que cortaram as fantasias que lucubrava.
Que voraz serpente poluiu esta essência com um pernicioso veneno.

Mas também Deusa!
Da vertente da esperança jorrava a energia que dizia: segues adiante.
Da colmeia da fé provinha o néctar que acalmava a ansiedade.
Dos trovões da tempestade vinha o ritmo que sincronizava o de cima com o de baixo.

Então Deus! Foi que a arvore do conhecimento derrubou seu fruto.
Cujos sabores eram, ora amargos, ora doces.
E o arbusto da vida floresceu suas encantadoras folhas.
Que, como num encanto, ora murchavam foscamente, ora brilhavam exuberante.
E o cordeiro da fé, ora vociferava maldições, ora exaltava eloquentes contos.

Com tais símbolos pude, Oh Deusa!
Entender a magnanimidade da Vossa tácita alegoria.
Que suntuosamente revelava…

Tanto na escuridão quanto na luz.
Ora na dúvida, ora na resposta.
Eis onde poderei encontrar-Te.

Pois a dualidade é, por natureza, a indivisibilidade encoberta.
E a ubiquidade é o pilar de Vossa Construção.
Assim como a Unidade é a essência de toda a manifestação.

Obrigado Mestre, por me revelar sua plenitude!

PS: Para citar este Deífico Poema:
Cargnin dos Santos, Tadany. Buscando a Divina Manifestação.